Me visitam

janeiro 20, 2014


"Quem quer que haja construído um novo céu, só no seu próprio
inferno encontrou energia para fazê-lo!"


Um corpo caminha pela cidade, ninguém desconfia do seu abismo, um transeunte qualquer para no sinal, segue em frente quando pode, ninguém se pergunta sobre seu peso subjetivo, a passos largos acredita que chegará mais rápido ao seu destino, quando caminha deseja deixar pra trás seu mundo cinza.
Não trata apenas de fatos, as interpretações são fundamentais, nada do que acontece é exatamente o que todo mundo vê, a realidade pesa, ilumina a verdade desesperadora, você é só, não há mais nada o que se possa fazer.
As verdades absolutas precisam urgentemente ser tamponadas com ilusão pra valer um dia a mais, quando você sente  que o corpo não pode mais resistir, quando olha no espelho e vê seu inimigo maior, quando se depara consigo mesma tentando segurar a onda, nesse instante dispara um alarme que te informa do que mesmo você é feito, frágeis ossos de vidro, um vento tudo se foi.
Um dia  a dor bate sua porta, você nunca imaginou que suportaria chegar tão longe, o pior momento entre vocês é a pergunta mais pratica que poderia existir, que tipo de tesouro existe depois desse arco-iris de desolação? O que te faz mesmo dilacerado continuar? O que há na vida que pra seguir mesmo sabendo de sua condição humana fraca? 
Essa relação com uma realidade dura de solidão e desamparo, pode ser seu xeque-mate na vida, ela te sobrepuja, te humilha, troça de sua fragilidade e arrogância pueril, mas quando você olha direto nos seus olhos e adivinha todo dor que é capaz de sentir sem cair, a luta passa a ser justa, porém agora você é só mais um soldado.
 Quando caminhares na rua ninguém desconfiará de seu abismo interior,  dirão da  capa que cobre sua alma que está é você, traçarão metas para uma vida que você já venceu, você encontrará um novo jeito de ver as coisas, mas aquilo que está morto dentro de você irá feder irremediavelmente, a queda livre permanente em que vives causará náuseas sem fim, terá forças opostas te puxando para todos os lados enquanto sorris, é DOR o nome da vida.